A cápsula articular, região que fica no ombro humano, é uma estrutura formada por colágeno e possui características elásticas e flexíveis, sendo que sua principal função é a de proteger e ajudar na estabilidade do ombro nas suas funções cotidianas.
Quando ocorre algum problema nessa região, acontece uma inflamação bastante dolorida que faz com que essa estrutura perca sua elasticidade, gerando muita dor e consequente limitação dos movimentos. Esse problema também é conhecido como ombro congelado, sintoma característico da doença.
O que é?
O problema consiste na perda de elasticidade na região do ombro, fazendo com que o paciente tenha limitação de movimentos e sinta muita dor no ombro. A doença, por sua vez, possui três fases distintas de evolução. No primeiro estágio, surge como uma simples dor e, com o tempo, vai limitando os movimentos do ombro do paciente. Essa fase é conhecida como fase inflamatória.
Na fase “congelante”, a segunda, o paciente já não consegue mais fazer alguns movimentos, tornando a rotina limitada pelo problema. O terceiro e último estágio é a fase de descongelamento, ou seja, quando o ombro volta, aos poucos, às suas funções normais. A recuperação é lenta e progressiva e pode levar vários meses de tratamento.
Causas
A capsulite adesiva pode estar relacionada a alguma lesão, cirurgias anteriores ou doenças como diabetes e tireoide. Também é possível que ela surja de maneira natural, sem nenhuma das razões citadas acima.
Sintomas e Diagnóstico
Os dois principais sintomas da enfermidade são dor no ombro e a limitação de movimentos. O paciente precisa procurar, de maneira imediata, um ortopedista para que o problema não seja confundido com outras lesões recorrentes, como: artrose no ombro, lesão no manguito rotador, bursite no ombro, tendinite no ombro e a síndrome do impacto.
O diagnóstico do problema é feito através de alguns exames físicos e, caso necessário, de alguns complementares. Existe um processo simples para o descobrimento do ombro congelado. O ortopedista pode injetar um pouco de anestésico na articulação do paciente e, caso ele consiga voltar a mover o ombro, não se trata de capsulite. Nos pacientes com a enfermidade, a anestesia alivia a dor, mas não tem a capacidade de melhorara a mobilidade.
Exames de imagem, como radiografia ultrassonografia também são importantes, pois além de ajudarem a identificar o ombro congelado, ainda podem ajudar na identificação de outras causas de dor no ombro, como a bursite e a tendinite. Caso o ortopedista faça todos esses procedimentos e ainda fique na dúvida sobre o problema, a ressonância magnética é fundamental para bater o martelo e descobrir, finalmente, qual a enfermidade vem limitando o movimento do paciente.
Tratamento
A capsulite é um problema que limita o paciente, fazendo com que algumas atividades do cotidiano sejam impossíveis de serem desenvolvidas. É sabido, também, que em alguns casos, ela se resolve sozinha com o passar do tempo, às vezes, muitos meses. A ideia de um tratamento é o controle da dor e a volta, aos poucos, da movimentação do ombro.
A Fase Dolorida
Conforme vimos, a capsulite passa pela primeira fase, que é caracterizada pela dor constante na região. Para resolver esse problema, é possível que o médico ortopedista receite analgésicos. Anti-inflamatórios também podem ser utilizados, embora não seja recomendado o uso por muitos meses, tendo em vista os efeitos colaterais nos rins.
No caso dos analgésicos por via oral não funcionarem de maneira satisfatória, é possível que o ortopedista apele para uma injeção de corticoide, a famosa infiltração. Essa opção ajuda a controlar as dores nos primeiros meses e costuma auxiliar os pacientes que mais sofrem com ela.
A Fase da Rigidez
Passando a fase um e conseguindo resultados satisfatórios no alívio da dor, o tratamento continua com fisioterapias e exercícios localizados para a recuperação, ainda que lenta, da movimentação do ombro.
A ideia é que sejam exercícios leves e que o trabalho seja feito sempre levando em conta a dor do paciente, para saber até onde e qual intensidade pode ser utilizada.
A Cirurgia
O procedimento cirúrgico para a correção do problema e consequente eliminação da dor no ombro é a chamada artroscopia. Entretanto, o processo é reservado apenas para os casos mais graves e que não têm resposta satisfatória com outros tratamentos.
A ideia da cirurgia é conseguir limpar a área da cápsula, permitindo que a articulação possa se movimentar sem nenhum tipo de receio. De maneira geral, a cirurgia só acontece após um ano da doença, quando não existe mais a inflamação, mas há a fibrose na região.
Outras Informações
De maneira geral, a capsulite adesiva é um problema que importuna o paciente e que precisa de cuidados para evitar futuros problemas. A doença tem cura, muitas vezes sem necessitar do procedimento cirúrgico, mas o processo é lento e demanda uma atenção constante do paciente.
Não adianta iniciar a fisioterapia e parar, por achar que as dores estão diminuindo e o problema está passando. É necessário ficar atento e seguir a recomendação do médico ortopedista para seguir o tratamento até o fim. Vale dizer que o processo de recuperação vai de alguns meses até, dependendo do caso, anos. É preciso ter comprometimento e atenção com o tratamento, afinal, caso algumas fases sejam puladas, é possível não recuperar, em sua totalidade, os movimentos do ombro, gerando problemas para o dia a dia do paciente. Estima-se que o problema chegue a atingir até 5% da população, principalmente entre os 40 e 60 anos de vida.
Além disso, o problema surge no ombro não dominante, ou seja, se você é canhoto, o problema tem mais chances de surgir no ombro direito e vice-versa. É possível que a doença atinja os dois ombros, mas trata-se de um caso raro e acontece de maneira alternada, normalmente com uma diferença de 5 anos entre uma ocorrência e outra.