A prática de exercícios físicos, seja de alto ou baixo impacto, é fundamental para manter a saúde do corpo em dia. Melhoras na respiração, lubrificação das articulações e exercitar de maneira satisfatório a circulação são apenas alguns dos benefícios que esse hábito traz para as pessoas.
Entretanto, quando a prática é extremamente intensa, seja de qual modalidade for, alguns efeitos colaterais podem acontecer, como entorse de tornozelo, tendinite do calcâneo, o aparecimento do esporão calcâneo e a fascite plantar. Esse último problema, inclusive, é caracterizado por afetar corredores, bailarinos, ginastas, mulheres que utilizam por muito tempo saltos altos e pessoas com sobrepeso.
O que é?
Para compreender do que se trata o problema, é preciso conhecer um pouco mais da anatomia do próprio pé. A região do pé é formada por articulações, tendões, ossos e alguns tipos de membranas. Uma delas, a fáscia plantar, é caracterizada por recobrir totalmente a sola do pé, do osso do calcanhar até os dedos dos pés.
A fascite plantar, portanto, é uma inflamação nessa membrana, que acarreta dor na sola do pé e dor na planta do pé, dificultando a locomoção e gerando um incômodo ao portador da enfermidade.
É importante ter a noção de que a fascite plantar é um problema diferente do esporão calcâneo. Apesar de acontecerem devido a condições parecidas, inflamações e microlesões, o esporão forma saliências no pé do paciente, enquanto que a fascite gera dor na sola do pé.
Causas
A medicina moderna ainda não conseguiu estabelecer uma causa específica para o surgimento dessa patologia, mas é possível estabelecer o porquê dela surgir em alguns indivíduos, em especial os que praticam esportes de alto impacto, como o thriatlon, por exemplo.
A dor advém pelo estiramento excessivo da membrana da sola do pé ou das microlesões nessa estrutura que sustenta o pé. Ter hábitos de usar o salto alto por muito tempo, de maneira ininterrupta, também ajuda no surgimento do problema. Algumas situações de nascença também podem favorecer o surgimento da fascite, como a presença de pés chatos ou o tendão de Aquiles ser um pouco menor do que o normal.
Sintomas
O principal sintoma da fascite é a presença de dor na sola do pé e de dor na planta do pé, em especial perto do calcanhar, embora o problema possa se apresentar por toda a extensão da membrana.
É possível que apareçam sintomas mais graves, como inchaço e vermelhidão, que são sinais característicos do problema. Os pacientes que possuem esse tipo de enfermidade também podem apresentar dificuldades em fazer um movimento simples: levantar o dedão do pé em direção à canela.
Quando a enfermidade não é tratada da maneira adequada, a dor pode se tornar crônica e provocar alterações significativas na maneira de andar. Essas alterações se forem muito acentuadas, podem evoluir para lesões no joelho, quadril e, até mesmo, na coluna.
Diagnóstico
Quando feito por um médico ortopedista, o diagnóstico é bastante simples. O profissional questionará o paciente sobre sua rotina e sobre as localidades da dor. É possível que o médico solicite exames de imagem, como raio-X e ultrassom, para conseguir passar um diagnóstico 100% preciso, sem se confundir com outras enfermidades.
Tratamento
O objetivo dos procedimentos de recuperação é o de fazer com que o paciente consiga voltar ao seu dia a dia sem limitações de movimento ou de atividades. Dessa maneira, o tratamento consiste em trabalhar para reduzir a inflamação e, consequentemente, a dor na sola do pé. É fundamental começar o tratamento assim que o ortopedista indicar, afinal, quanto antes o processo começar, antes a dor passa e evita o aparecimento de problemas mais graves.
O médico ortopedista poderá receitar tratamentos conservadores, que podem incluir repouso, aplicação de gelo e, até mesmo, sessões de fisioterapia para, com o acompanhamento necessário, conseguir alongar as estruturas da fáscia e, assim, evitar que o problema se prolongue ou surja novamente. O profissional também pode receitar o uso de palmilhas específicas, que ajudarão na distribuição do peso corporal sobre os pés, evitando que a fáscia fique sobrecarregada e aconteça a dor na planta do pé.
Em casos muito específicos, os médicos podem receitar remédios para dor e contra a inflamação. É importante seguir à risca a recomendação e tomar apenas o receitado, para evitar problemas ainda maiores. Há, ainda, a possibilidade de uma cirurgia para corrigir o problema, mas esse método só é utilizado quando os outros não surtem os efeitos desejados e deve ser recomendado pelo seu ortopedista.
Outras Informações
Não é incomum ouvir falar em outras possibilidades de tratamento para a enfermidade, como por exemplo, a terapia por ondas de choque. Esse tipo de procedimento é caracterizado pela utilização de ondas sonoras para reduzir a dor e auxiliar no processo de cicatrização dos tecidos afetados.
A recomendação é a de seguir esse método apenas em caso de receita médica, afinal, a terapia por ondas de choque não é recomendado no caso de pessoas com diabetes, arritmia cardíaca, gestantes e outros pré-requisitos.
É possível, entretanto, trabalhar no dia a dia para evitar que o problema aconteça. Entre as principais dicas, vale destacar:
- Evitar ficar com sobrepeso. Como o pé é a estrutura que sustenta nosso corpo em todos os momentos, quanto menor o peso sobre a fáscia, menor a chance de desenvolver um problema nesse sentido. Conseguir manter um peso saudável é fundamental para evitar a fascite;
- Realizar alongamentos antes dos exercícios físicos. Se a rotina do paciente consiste na prática de esportes de alto impacto, como corrida, futebol e thriatlon, é fundamental inserir a prática de alongamentos antes e depois dessas atividades. Aliviar a tensão na membrana é um fator importante para conseguir evitar o surgimento do problema;
- Fazer os exercícios com os equipamentos corretos. Embora pareça uma recomendação simples, correr e praticar os esportes com os tênis corretos é importantíssimo não só para a planta do pé, mas para a postura, costas, quadril, joelhos, etc. Investir em um tênis específico para o tipo de pisada pode fazer a diferença a longo prazo, além de ajudar a prevenir doenças desse tipo.