O que é
É comum na medicina esportiva nos depararmos com algumas alterações importunas no joelho. Um caso comum é quando ocorre um mau alinhamento no aparelho extensor (conjunto de estruturas da frente do joelho formado pela patela, tendão patelar e músculo quadríceps), capaz de causar a instabilidade patelar. Esse é um problema comum que impede a movimentação correta da patela com o fêmur, tornando mais fácil o desencaixe de sua posição normal.
A instabilidade patelar acontece, principalmente, em movimentos entre os ângulos de 30 e 60 graus. Dependendo da força empregada no joelho, a patela sai do lugar e luxa para fora do joelho.
O primeiro episódio é geralmente caracterizado por uma dor intensa, bastante inchaço e impossibilidade de ficar em pé, andar ou fazer qualquer movimento com o joelho. Por isso, em casos de situação crítica, não é recomendado que o paciente tente posicionar a patela. Então, é necessária a ida para a emergência ortopédica para que os primeiros atendimentos sejam feitos e a patela seja colocada no lugar.
Muitas pessoas podem sofrer com a instabilidade da patela, mas em especial a doença acomete mulheres por conta da estrutura corporal feminina. Porém, atletas ou adeptos de práticas esportivas também podem sofrer com a instabilidade patelar com mais facilidade. É comum, por exemplo, ver jogadores de futebol passando por situações indesejadas e, muitas vezes, a instabilidade da patela acontece em campo.
Sintomas
Quem é acometido pela instabilidade da patela tem sintomas como:
- Muita dor na região anterior do joelho ao subir e descer escadas, ao agachar e saltar e após longos períodos sentado;
- Estalos ao andar e correr;
- Sensação de areia dentro da articulação.
Diversas podem ser as causas, mas as mais conhecidas envolvem a largura excessiva de pelve, joelho valgo, fraqueza muscular dos músculos do quadril e da coxa, patela alta e insuficiência ligamentar.
Diagnóstico
Como a medicina esportiva é a especialidade médica que estuda como o exercício físico influencia na saúde das pessoas, quem sofre com a instabilidade patelar deve saber que é de suma importância procurar um médico ortopedista especialista em joelho para que as orientações e tratamentos corretos sejam feitos.
No consultório, o exame físico será feito. Além disso, exames de imagem também serão solicitados, pois são importantes para avaliar problemas já existentes e variações anatômicas que possam influenciar o tratamento.
Em um primeiro momento serão necessários exames radiográficos e ressonância magnética do joelho. Com os exames em mão, o médico irá fazer uma avaliação do formato e da altura da patelar, da anatomia do fêmur, bem como de eventuais lesões de cartilagens e do ligamento patelo femoral medial, que é o principal estabilizador da patela.
Tratamento
O tratamento deve ser prescrito por um médico ortopedista especialista em joelho e, geralmente, consiste em imobilização do local e uso de analgésicos, necessitando de um mês, no mínimo, para a recuperação da função do joelho. O paciente também poderá passar por sessões de fisioterapia, que tem o objetivo de fortalecer os grupos musculares mediais.
Após a reabilitação, a maioria dos pacientes pode retornar às atividades físicas normalmente. Porém, se após a recuperação, novos casos de instabilidade ou luxação ocorrerem, o procedimento cirúrgico deverá ser debatido com o médico ortopedista especialista em joelho, que indicará a melhor opção a ser adotada.
A intervenção cirúrgica mais utilizada é a reconstrução do ligamento patelo femoral medial, estrutura que tem a função de estabilizar a patela, que frequentemente se rompe após o traumatismo inicial. Para a reconstrução do ligamento patelo femoral medial, é utilizado um dos tendões flexores do joelho, reconstruindo-o de forma anatômica.
Após a cirurgia, alguns cuidados são tomados para que a recuperação do pós-operatório seja da forma mais rápida e adequada para o paciente. Por isso, o paciente é orientado a usar um imobilizador do joelho durante um mês, podendo andar com o apoio de muletas desde o primeiro dia após a cirurgia. Também é recomendado que, após a cirurgia, o paciente faça exercícios para o músculo do quadríceps.
Após as duas primeiras semanas a recuperação da mobilidade do joelho é iniciada de forma devagar e progressiva, com auxílio de fisioterapia. O intuito é que o paciente volte a ter os movimentos naturais do joelho em um prazo de 45 dias, podendo dobrá-lo.
Após um período de, em média dois meses, o paciente já pode fazer atividades físicas leves, como o uso de bicicleta ergométrica, elíptico, e caminhada em esteira. Após isso, a carga de exercícios poderá ser aumentada. Quem definirá esses prazos será o médico, que terá o histórico e desempenho de cada paciente na recuperação.
Em alguns casos, a cirurgia pode apresentar algumas complicações, como hematomas ao redor do joelho e uma possível dificuldade de obter mobilidade. Este último, eventualmente, pode ser necessário uma nova intervenção cirúrgica, que será avaliada caso a caso pelo especialista. Também pode ocorrer reincidência da luxação ou instabilidade da patela, porém menos corriqueiras e associadas a novos traumas.