Todo atleta, seja ele de fim de semana ou profissional, está sujeito a lesões no joelho. A região, que é foco de exigências extremas durante as atividades físicas, seja em práticas como o futebol, a ginástica, ou a prática do triatlo – que combina três esportes, sendo a corrida e o ciclismo esportes de impacto para o joelho – precisa ser acompanhada para que lesões mais sérias possam ser evitadas.
Dentre uma das lesões relacionadas aos joelhos está a lesão do ligamento cruzado posterior (LCP) que acontece após um trauma intenso na região, fazendo com que haja instabilidade na articulação e sintomas como dor e inchaço.
O que é?
A lesão do ligamento cruzado posterior é um problema que afeta os ligamentos da região do joelho. Mais rara que a lesão do ligamento cruzado anterior, o problema está, normalmente, ligado a traumas ciclísticos, quedas ou entorses.
O ligamento posterior está localizado na parte de trás do joelho humano. Ele é o responsável por fazer a conexão entre tíbia e fêmur e é considerado, pela comunidade médica, um estabilizador primário do joelho, bem como o principal controlador na relação tíbia-fêmur.
O ligamento é constituído por duas faixas de tecido, sendo que uma fica tensionada quando o joelho está dobrado e a outra tensionada quando o joelho está esticado. O rompimento desse ligamento, portanto, inviabiliza alguns movimentos e gera uma dor no joelho bastante intensa.
A lesão do ligamento cruzado posterior pode ser classificada em três graus, sendo o grau 1 o mais ameno e o grau 3 o mais grave. São elas:
Grau 1: O ligamento está distendido, porém a articulação do joelho encontra-se estável (translação de até 0,5cm);
Grau 2: A distensão é capaz de deixar o tendão frouxo, e a ruptura pode ser parcial (translação de até 1cm);
Grau 3: O grau 3 é diagnosticado quando há ruptura total do ligamento, causando a instabilidade da articulação do joelho (translação acima 1cm);
Sintomas
Diferente de sua lesão oposta, a lesão do ligamento cruzado anterior (LCA), que gera inchaço, a lesão do ligamento cruzado posterior não costuma causar sintomas nesse sentido. A sensação que o paciente costuma ter é a de dor no joelho, além de falta de apoio e insegurança ao mudar de direção. O joelho pode, também, ter o efeito de “deslizar”.
Não é incomum que as dores e o pequeno inchaço desapareçam após algum tempo. Entretanto, o joelho continua instável e sem conseguir fazer todas as movimentações. Nesses casos é preciso procurar um médico ortopedista em joelho e seguir à risca os tratamentos recomendados.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da lesão do ligamento cruzado posterior é feito a partir de exames solicitados pelo médico ortopedista especialista em joelho. Normalmente os exames são de imagem, como o raio-x e a ressonância magnética.
O tratamento, por sua vez, possui uma complexidade maior. O tratamento inicial para lesões do ligamento cruzado posterior é o chamado conservador, ou seja, sem a necessidade de cirurgia. O ortopedista pode receitar repouso e anti-inflamatórios, associados a sessões de fisioterapia, para diminuir os sintomas e tentar contornar o problema.
A maioria dos pacientes, quando diagnosticados com o problema, pode caminhar apoiando a perna no chão. É possível que o médico recomende o uso de algum sustentador (como órteses e imobilizadores), para dar apoio e proteção ao joelho lesionado. A ideia é a de fazer com que o corpo cicatrize a lesão de maneira natural.
Após a recuperação inicial, o tratamento evolui para outros níveis, como: controle de dor e inchaço, manutenção do arco do movimento e fortalecimento muscular, com ênfase nos quadríceps e músculos radiais, para ajudar na sustentação do corpo e proteger a estrutura.
Com a melhoria progressiva, o paciente pode, aos poucos, voltar aos exercícios na academia, com a orientação de retornar ao médico com frequência para acompanhar o quadro evolutivo. Caso o tratamento convencional não surta efeito, é preciso optar por uma intervenção cirúrgica.
O médico ortopedista precisará fazer uma cirurgia semelhante ao do ligamento cruzado anterior, ou seja, reconstruir a região. O procedimento, conhecido como artroscopia, é feito com câmeras, sendo uma cirurgia minimamente invasiva.
O médico ortopedista especialista em joelho utilizará parte do tendão patelar (do joelho) ou do tendão flexor da coxa, para recompor a área lesionada. Esse enxerto contará com plugues ósseos que firmarão a nova estrutura no lugar correto com o auxílio de parafusos.
Após a operação, o paciente será encaminhado para sessões de fisioterapia com o objetivo de melhorar o quadro de dor e inchaço, bem como, de fortalecer a região do joelho. O processo de recuperação da lesão é feito por etapas levando, em média, cerca de seis meses para que o paciente possa realizar atividades físicas de maior intensidade.