O joelho humano é uma das articulações mais complexas que existem no corpo. Ela sofre flexão, extensão, rotação lateral e, todas essas características, permitem que ela se movimente em 7 eixos diferentes. Para conseguir desenvolver com excelência essas atividades, o joelho conta com diversas composições, como: tendões, patelas e meniscos.
Essa última parte, inclusive, é um composto essencial para a biomecânica do joelho. Os meniscos possuem diversas funções naturais como: lubrificante natural, estabilizador, amortecedor e também age como um distribuidor de carga dentro da articulação.
De maneira geral, o menisco é uma cartilagem protetora no joelho que, em alguns casos, pode sofrer com lesões. Vale dizer que cada joelho humano possui dois meniscos, o medial (lado interno) e o lateral (lado externo).
Praticantes de esportes de alto impacto, como futebol, atletismo, corrida e thriatlon estão mais propensos a esse tipo de problema que, se não for diagnosticado com clareza e por um profissional, pode ser confundido com outras enfermidades, como: condromalácia patelar, bursite no joelho, lesão no ligamento cruzado anterior e fascite plantar.
Causas
A principal causa de lesão no menisco é em decorrência de pancadas fortes no joelho. Apesar de ser o motivo usual, existem algumas situações no dia a dia que também podem lesionar o menisco se não tomar cuidado:
- Virar muito rápido o corpo sobre uma perna;
- Executar exercício de agachamento de maneira incorreta;
- Levantar muito peso utilizando as pernas;
- Prender o pé enquanto anda.
Outra causa para lesão no menisco fica por conta do desgaste da cartilagem do joelho que vai se tornando mais fraca devido à constante diminuição da circulação de sangue no local. Esse processo vai acontecendo e, a partir dos 65 anos, é possível que lesões aconteçam na região com mais facilidade e durante atividades simples, como subir e descer escadas. Pessoas nessa faixa de idade precisam ficar mais atentas a esse tipo de problema para não comprometer essa região que passa a ser extremamente sensível.
Geralmente a lesão meniscal está associada de maneira direta ao rompimento do ligamento cruzado anterior enquanto a ruptura do menisco medial está associada a uma estrutura chamada cisto de Baker.
A lesão no menisco lateral é mais comum em práticas como o futebol, atletismo, etc. Já o problema no menisco medial ocorre por conta de movimentos repetitivos que podem ser: andar, correr, pedalar, etc.
Sintomas
O principal sintoma de lesão no menisco é a dor na região lateral do joelho, que pode ocorrer diretamente após o trauma no joelho. Esse incômodo tende a piorar com o tempo e quando se executa qualquer atividade básica, como: subir e descer escadas, flexionar a perna, andar, etc.
Além disso, inchaços na região dolorida são companheiros muito comuns nesse tipo de lesão. O paciente pode ter a sensação do joelho travado, fato que acarreta em muita dor e necessita de um médico ortopedista urgente para indicar a melhor solução para o problema. O quanto antes um profissional de confiança for procurado, maiores as chances de resolver a lesão sem o risco de sequelas.
Diagnóstico
O médico ortopedista, para estabelecer um diagnóstico confiável, perguntará sobre as atividades do dia a dia. Ele perguntará sobre a rotina, que tipo de esportes pratica, qual foi o último trauma antes de sentir dor e se o paciente sente o joelho travado.
O ortopedista poderá solicitar um raio-x para avaliar o joelho mas o melhor exame para diagnosticar uma lesão no menisco é a ressonância magnética Em posse dos resultados, indicará qual a melhor forma de tratamento e se será preciso fazer alguma cirurgia corretiva no joelho.
Tratamento
O tratamento da lesão meniscal em pacientes mais jovens, principalmente os que tiveram problemas com a prática de esportes, é a cirurgia chamada artroscopia.
Esse processo consiste em dois ou três cortes pequenos na frente do joelho para remover a área lesionada. A ideia é que a cirurgia sirva para fazer uma costura no menisco e, assim, deixa-lo apto a realizar suas funções no sistema da articulação. Nesse tipo de situação, é muito raro que a artroscopia remova partes do menisco. Esse tipo de processo, como veremos adiante, acontece no caso de pacientes com problemas degenerativos na região.
Vale dizer que não são todas as lesões no menisco que são passíveis de cirurgia, dependendo muito do diagnóstico que o ortopedista irá indicar. O processo cirúrgico não é indicado, por exemplo, para lesões simples que poderão ser tratadas com fisioterapia e medicamentos prescritos pelos médicos.
Em pacientes com a lesão degenerativa no menisco o tratamento sem cirurgia costuma ser o mais indicado. Gelo, antiinflamatórios e fisioterapia são os meios recomendados pelo ortopedista. A cirurgia é feita só em último caso, quando esse tratamento considerado conservador não rende os resultados esperados. Nesses casos específicos, a costura meniscal não é indicada, afinal, não há a possibilidade de cicatrização, o que anularia o efeito da cirurgia e manteria o problema.
Outras Informações
Procurar um médico quando se sente o joelho travado é fundamental para evitar que as lesões piorem. Sem a palavra de um profissional, além de piorar o diagnóstico, o paciente viverá com a dor constante e incômoda que poderá limitar suas atividades diárias, prejudicando seu rendimento nas tarefas de casa, trabalho e esportivas.
É importante saber, também, que sessões de fisioterapia poderão ser recomendadas como medidas pós-operatórias. Esses períodos de exercícios localizados são fundamentais para sentir se a cirurgia corretiva foi feita de maneira correta e, além disso, o médico pode recomendar a suspensão de esportes de contato por até seis meses.
O médico pode orientar o paciente também a não soltar, em sua totalidade, o peso sobre a perna operada durante algum tempo. Para facilitar a locomoção é possível utilizar um par de muletas ou, até mesmo, a cadeira de rodas durante as primeiras semanas de pós-operatório.
Outra medida considerada comum após as cirurgias e durante as semanas seguintes é o pedido de seguidos exames de imagem para analisar se os tecidos estão cicatrizando de maneira correta, além de acompanhar o feedback do paciente, questionando sobre possíveis dores e outros incômodos.