A tendinite calcária é um problema sério, capaz de causar fortes dores e limitações nos movimentos. Essa calcificação no tendão geralmente ocorre no ombro e no tornozelo, podendo acometer atletas das mais variadas modalidades.
O que é?
Basicamente, a tendinite é uma inflamação que ocorre na estrutura fibrosa que reveste músculos e ossos: o tendão. O problema pode causar um quadro de dor que se agrava com o tempo, além de inchaço característico no tendão lesionado. A patologia pode ocorrer em várias partes do corpo, sendo preponderante no cotovelo, joelho, punho, ombro e tornozelo.
Porém, na tendinite calcária, a inflamação é ainda mais agressiva. Ela atinge majoritariamente os tendões do ombro e do tornozelo. Diferente dos demais tipos de tendinite, o problema é acompanhado por uma calcificação no tendão. Esse processo degenerativo ocorre em detrimento de depósitos de fosfato de cálcio, sem causas confirmadas pela literatura médica.
O comprometimento mais grave, se comparado com uma tendinite comum, se deve ao fato da condição causar imobilidade total da articulação afetada. Ou seja, a impossibilidade de mover o manguito rotador, independentemente de seu curso, ou até o impedimento em mover o pé, por causa do tornozelo afetado.
Inclusive essa rigidez é acompanhada por encolhimento e enfraquecimento da articulação. O desconforto causado pela dor é ampliado com a elevação do braço. Essa condição muitas vezes é causada pelo excesso de repetição de movimentos. Não é por menos que atletas de muitas modalidades esportivas são acometidos pelo transtorno, tal como golfistas, tenistas, nadadores, jogadores de beisebol, etc.
Se não houver um pronto diagnóstico do problema por parte de um ortopedista, a calcificação no tendão tende a intensificar o quadro de desconforto. Isso pode causar transtornos adjacentes como, por exemplo, insônia advinda da dor na articulação afetada pela tendinite calcária.
Causas
Como apontado acima, a literatura médica ainda não soube definir a principal causa para o surgimento da calcificação no tendão. Porém, existem três teorias bastante aceitáveis no que se diz respeito à origem do problema. Todas elas defendem a ideia de que a formação de depósitos de fosfato de cálcio é oriunda de anomalias celulares.
Quando isso ocorre já existe o surgimento de uma tendinite prévia que, por sua vez, é provocada por esforço, postura inadequada, idade, estresse e doenças autoimunes.
Sintomas
O quadro sintomatológico da calcificação do tendão se confunde com o de uma tendinite comum. Pelo fato do cálcio ser depositado de forma lenta, as dores se apresentam gradualmente, com respectivo aumento de intensidade. Porém, diferente de uma inflamação convencional dos tendões, de uma hora para outra a dor pode se tornar insuportável.
Isso ocorre em detrimento da reabsorção do depósito de cálcio pelo organismo. Porém, se não houver ao menos uma pronta reabsorção, a calcificação irá se manifestar por meio de fadiga muscular, limitação na amplitude de movimentos e rigidez das articulações.
Diagnóstico
Alguns dos sintomas relatados acima são passíveis de serem confundidos com os de outras doenças articulares. Por isso a importância de um diagnóstico preciso para a pronta recuperação do paciente.
O atleta que eventualmente manifestou o problema para um ortopedista, é encaminhado para uma radiografia do ombro e do tornozelo que sofre com a calcificação. Para descartar qualquer outra doença que se assemelha à tendinite calcânea, o médico responsável pode indicar ressonância magnética e ultrassonografia.
Tratamento
Geralmente a tendinite calcânea tende a regredir em um prazo máximo de três semanas. Mas o desconforto causado pela dor é difícil de resistir. Sobretudo na fase de reabsorção do cálcio pelo organismo. Por isso, alguns métodos são eficazes para diminuir os transtornos da calcificação do tendão.
Por meio da fisioterapia e suas áreas de atuação é possível abrandar o quadro de dor e de incapacitação na biomecânica do ombro e tornozelo. Eletroanalgesia, ultrassom e laser são recursos que oferecem alívio para esses desconfortos. Além do mais, essas áreas de atuação da fisioterapia são desenvolvidas para diminuir a tensão nos músculos dos ombros e do tornozelo.
O paciente que sofre com a calcificação do tendão é submetido à neuroestimulação elétrica transcutânea (TENS) que contribui significativamente para rápida reabsorção do cálcio. Para a manipulação articular, alguns exercícios associados à fisioterapia também contribuem para diminuir o quadro de dor e a regressão do problema, é o caso de alongamentos e fortalecimento muscular com objetos elásticos.
Além disso, o ortopedista responsável por cada caso pode indicar repouso absoluto e a administração de remédios anti-inflamatórios e injeções de esteroides nas regiões afetadas. Se a dor e a limitação de movimentos for constante, mesmo com o emprego de tais tratamentos, alguns procedimentos são indicados, como a cirurgia artroscópica, em que o paciente é submetido à remoção do depósito calcário.